Mostrámos como andámos a recrutar cientistas no ITQB (foi bem sucedido, ganhámos três com estas andanças), dos dilemas de ficar ou ir deste pouco plano país que é o nosso, as possibilidades de progressão na carreira dos bolseiros e a sua importância no desenvolvimento de novas empresas, e da necessidade da comunicação do trabalho científico.
Podem espreitar os ensaios do Teatro-fórum e a expressividade dos stand-upers, sentir a convocação dos bufões internos e pensar nas expectativas que há sobre o projecto de levarmos cientistas ao palco.
Já começámos a dissecar o que achamos que os outros acham de nós - mas na realidade o que queriamos mesmo era saber a sua opinião. O que acha que é isto de se ser cientista?
Temos uma ideia do que pensam ser a vida amorosa dos cientistas (já agora, alguma coisa a acrescentar?). Mas e o resto?
1 comentário:
Ser cientista, daqueles que pensam e fazem mesmo Ciência todos os dias, é uma coisa muito corajosa que eu não fui capaz de fazer. E se a hipótese estiver errada, se a tese for inutil, se os anos e anos de Laboratório forem para o lixo? Se não formos suficientemente espertos e capazes de encontrar o elo que falta, a equação que falta... Arriscar isso todos os dias não é coisa para os pouco corajosos. Exige confiança, peristência e sobretudo... humildade. Um dia sonhei que estava a apresentar o meu trabalho numa conferência e um distinto Senhor vestido de preto me interrompeu, educadamente, para me dizer que tudo aquilo já foi inventado, pensado, assunto arrumado. Por isso "faça favor de dar lugar a quem tenha alguma coisa de novo para nos dizer".
Não consigo fazer sentar o Senhor de preto. Tentei mas não consigo. A solução não está em tentar sentar o Senhor que se levanta, porque haverá sempre quem se levante e, sobretudo, porque quem se levanta pode estar coberto de razão.
Também não vale a pena investir na resposta original, não vá levantar-se outro a gritar plágio!
Venham de lá então os Mestres em nosso auxílio:
O que importa, o que importa mesmo é não ter medo, certo Mario?
Ter coragem para falhar, falhar miseravelmente, tentar de novo, tentando sempre falhar melhor do que da última vez. Certo Samuel?
Por isso digo, a receita da Maria Modesto para um bom cientista é:
- Uma pessoa inteira, com cabeça.
- Uma colher de sopa de humildade.
- Uma colher de sopa de coragem.
- Uma colher de chá de inteligência.
- Polvilhar com persistência...
Mexer tudo e levar ao forno uma vida inteira.
Uma boa noite dos investigadores para vocês...
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