Pelo grupo de trabalho em Teatro-Fórum para a Noite dos Investigadores (Lisboa)
"Toda a gente pode fazer Teatro, até os actores" - Augusto Boal
O Teatro do Oprimido foi criado em 1971 por Augusto Boal (n. 1931) – actor, encenador e dramaturgo brasileiro, adaptou as ferramentas do teatro convencional para serem usadas por não actores de forma a enfrentar e solucionar problemas sociais que se agravavam no Brasil da ditadura militar. De pequenos grupos homogéneos, de operários, agricultores, prisioneiros ou mulheres, a força da técnica foi reconhecida mundialmente e hoje em dia é usada por vários grupos para como forma de provocar o debate e a mudança social e cultural.
O Teatro-Fórum (TF) é a principal técnica do Teatro do Oprimido. É construído um espectáculo baseado nas vivências do grupo de não actores, onde entram em conflito personagens oprimidos e opressores de uma forma clara e objectiva. Neste confronto o oprimido fracassa e o público é convidado a entrar em cena para substituir o Protagonista (o oprimido) e buscar alternativas para o problema encenado, representando no palco e não da plateia as estratégias, ideias e soluções que quer propor. Os restantes actores reagem improvisando dentro do personagem, de forma a permitir uma análise sincera das possibilidades reais das sugestões trazidas pelo espectador na vida real. Assim, o TF apresenta-se como um ensaio colectivo para a realidade.
O Teatro-Fórum busca romper os rituais tradicionais do teatro que reduzem o público ao imobilismo e à passividade. A proposta é a de estabelecer um verdadeiro diálogo entre palco e plateia, personagens e propostas concretas, em que o público entra em cena para transformar a história. É por isto que Boal defende que no Teatro do Oprimido não há espectadores mas sim "espect-atores". Este diálogo é mediado por um "coringa", pessoa que actua como interlocutor entre as partes e estimula a discussão e a participação.
Construiremos espectáculos de teatro-fórum baseados nas vidas quotidianas dos cientistas, os seus problemas concretos, angústias e inquietações pessoais e profissionais. Apesar de serem específicas deste grupo devem reflectir o seu impacto social e ser um espelho e projecção para outras realidades comuns.
Os espectáculos serão desenvolvidos através de improvisações sobre temas intrínsecos ao grupo de trabalho e os actores serão os cientistas-eles-mesmos.
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